terça-feira, 27 de janeiro de 2009

BIOGRAFIA - Tehching Hsieh

F
ontes: Blog Eric Coutinho e site da revista ArtForum.


Neste mês de janeiro Tehching Hsieh abre exposição em dois dos mais importantes museus de arte de NovaYork, MOMA e Guggenheim(21 e 30/01) com registros e documentações de seus trabalhos. Em março a editora MIT Press lança uma monografia de sua obra.
(leia no final detalhes sobre as obras que serão apresentadas nas mostras, texto originalmente publicado no site da Revista ArtForum em 22/01)

Tehching Hsieh
é um artista performático, nascido em Taiwan em 1950 e residente na cidade de Nova York, EUA desde 1974. Em sua terra natal fazia pintura abstrata, mas mesmo antes de deixar seu país, Hsieh abandonou a pintura. Em 1978, depois de se estabelecer nos Estados Unidos, inicia a primeira de uma série de performances com um ano de duração, chamada de One Year Performance.

Foram cinco as performances dessa série, sendo elas:

The Cage Piece 1878-79 - Hsieh se confina em uma cela dentro de seu estúdio, se comprometendo a não sair de lá, não falar, ler, escrever, ouvir rádio ou ver TV durante todo o ano

The Time Piece 1980-81 - Durante um ano inteiro, o artista batia cartão em um relógio de ponto em seu estúdio de hora em hora.

The Outdoor Piece 1981-82 - O artista agora se compromete a viver durante um ano em ambientes externos, não podendo entrar em casas, lojas, ou qualquer outro ambiente fechado, vivendo nas ruas com uma mochila e um saco de dormir.



The Rope Piece 1983-84 - Uma performance em dupla com Linda Montano, onde os dois viveram durante um ano amarrados por uma corda, entretanto sem poder se tocar e tendo que estar sempre no mesmo ambiente um do outro.

No Art Piece 1985-86 - Após a repercussão de The Rope Piece, Hsieh se retira e nesta One Year Performance o artista se compromete a não fazer arte, não falar, não ver e não ler sobre arte, além de não ir à nenhum museu ou galeria, apenas viver. Não há registros.

Em Earth, o que seria (ou é?) sua última performance, Hsieh se compromete a ficar até o final do século, ou os próximos 13 anos, trabalhando com arte, no entanto sem levá-la a público. Em 1° de Janeiro de 2000, Tehching Hsieh anuncia para artistas, curadores e imprensa, na New York’s Judson Memorial Church:


“I kept myself alive. I passed the December 31, 1999.”

Disse ainda não ter produzido arte durante estes treze anos, nem ter documentado de nenhuma forma o período. Disse ter apenas vivido sua vida. Em 2000, Hsieh se casa com a artista chinesa Qinqin Li. Ele acredita que não se pode fazer arte e viver normalmente a vida e aparentemente, abandonou a arte.

Left: Tehching Hsieh, One Year Performance 1980–1981. Performance view, 1980. Tehching Hsieh. Photo: Michael Shen. Right: Tehching Hsieh, One Year Performance 1978–1979. Performance view. Photo: Cheng Wei Kuong.

Taiwanese-American artist Tehching Hsieh is well known for his durational performances. An installation of his first One Year Performance 1978–1979, commonly known as “Cage Piece,” debuted at the Museum of Modern Art in New York on January 21, inaugurating MoMA’s new “Performance” series. His second One Year Performance 1980–1981, or “Time Clock Piece,” will be included in the Guggenheim Museum exhibition “The Third Mind,” opening on January 30. A comprehensive monograph of his oeuvre, Out of Now, is slated to be published by MIT Press and Live Art Development Agency in March.

IT’S COINCIDENTAL THAT “Cage Piece” and “Time Clock Piece” will be exhibited in January in New York, along with the publication of the book. “Cage Piece” is, for me, my most important work. Reinstalling the cage brought back memories of the year that I lived inside the cage and also memories of the following years, in which I struggled to return to normal life. The installation of the original cage at the museum is somewhat hidden: There will be a separate room built inside the gallery space that contains the cage, and the audience will see documents of this piece before they approach the room. The cage is the same size as the original and includes the same source of light––a one-hundred-watt bulb.

“Time Clock Piece” has never been shown in its complete form, with all the original documents, which include still and moving images, a 16-mm film camera, and a 16-mm projector to run the film loop. For me, these documents are important, but they are secondary, because they offer only traces. There are elements that are invisible and can only be approached through the viewer’s own experience and imagination. As an artist, after having finished my work, I am separated from the artwork; as a witness, I can provide original thoughts that will help the artworks to be better understood.

The book, two years in the making, is authored with Adrian Heathfield. Before we started working on the book, I had spent a lot of time digitizing my extensive archives. I’ve always had an uneasy relationship with language. I’m accustomed to asking questions and answering them in my mind without using any verbal or written tactics, so I found it hard to transform my thoughts into language. Adrian is a good listener and a keen thinker, and he was cautious to not categorize my work in any way that was not true to my original concepts. There have also been other important artists and writers who have responded to my artworks in deep and beautiful ways.

As told to Arthur Ou

Veja parte do registro de suas obras, incluindo material de vídeo, no website:
http://www.one-year-performance.com

Artista Mônica Nador leva cores a bairro de Santo André

FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo 25/01/2009

"É ela quem faz desenho na casa dos outros", diz a menina com menos de cinco anos, camisa rosa e saia vermelha, apontando a artista Mônica Nador, que tem coordenado a pintura da fachada de casas no Jardim Santo André, em Santo André, cumprindo promessa que nada tem de religiosa: gastar tinta onde é necessário.

Projeto da artista plastica Mônica Nador, que pinta casas em bairros da periferia; o projeto está indo para o Jardim Santo André (SP)

Nos últimos três meses, a jovem moradora da região em processo de urbanização, que se tornou conhecida por ser onde ocorreu a tragédia do caso Eloá, viu cerca de 30 casas ganharem cores e padrões inéditos. A mudança é tão significativa que as ruas da região, ainda sem nome, passaram a ser chamadas com referências às pinturas realizadas. A rua do Jacaré, com uma pintura do animal, por exemplo, foi onde a garota apontou a artista.

Tigres, cachorros ou macacos, plantas e ainda objetos como bules, xícaras e fruteiras são elementos que agora fazem parte da fachada das moradias, feitos a partir de encontros com os próprios moradores.

"Mesmo que não sejam eles que pintem, sempre peço que ao menos eles escolham os desenhos [...] Mas também estabeleço alguns critérios: não pode ser logomarca, e é preciso ter alguma relação com a pessoa", conta Nador.

Artista que iniciou sua carreira nos anos 80, no momento em que se pregava o retorno à pintura, Nador, apesar do reconhecimento, decidiu, na década seguinte, que não iria mais usar pincéis dentro de museu. "Eu achava que estava gastando tinta onde não era necessário", costuma dizer.

Em 2004, após várias experiências em pintar casas junto com seus moradores, Nador fundou o Jardim Miriam Arte Clube (Jamac), instalando-se de forma fixa no bairro homônimo da região sul da capital. Rapidamente, veio o reconhecimento, com o grupo convidado para a Bienal de São Paulo de 2006, "Como Viver Junto".

Habitação e arte

Graças à sua atividade com o Jamac, Nador foi contatada por profissionais da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Governo do Estado de São Paulo (CDHU). "Estamos desenvolvendo um trabalho de urbanização de favelas e, ao concluirmos duas delas, percebemos que população precisava mais do que obras, mas de sentimento de pertencimento, de valorização da auto-estima, e que a arte poderia ajudar nisso", disse à Folha Viviane Frost, superintendente de ações de recuperação urbana da CDHU.

Na próxima semana, a especialista apresenta os resultados já alcançados no Jardim Santo André num congresso sobre urbanização e inclusão social na América Latina, na Universidade da Flórida (EUA).

O trabalho de Nador no Jardim Santo André é considerado piloto, mas deve se estender a todas as 3.000 moradias do local, segundo Lair Krähenbühl, secretário de Estado da Habitação e presidente do CDHU. "Criamos uma dotação orçamentária, o projeto São Paulo de Cara Nova, com R$ 50 milhões a serem gastos não só em pinturas, mas em melhorias estruturais como muro de arrimo", explica o secretário, que estima gasto de R$ 1 mil por moradia.

Em um local de tons escurecidos, as novas casas coloridas se sobressaem. Uma das que alcança maior destaque é a do casal Gilcilene Girardelli e Edielson Ferreira Bento. "Eles queriam usar o desenho de um cachorro com chapéu, mas achei que seria forçado e mostrei o desenho de uma criança, com quem trabalhei no Japão, no ano passado, e eles gostaram", conta Nador. "Nossos amigos e parentes nem reconhecem mais nossa casa, só espero que a japonesa não cobre direitos autorais", brinca Bento.

DOWNLOAD DO CATÁLOGO JAMAC GRÁTIS - CLICAR

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


THE DRAWING CENTER NEW YORK

Through February 5

Curated by João Ribas

For several decades, Matt Mullican has operated at the edge of the symbolic, that interstitial zone where our perceptual capacity splits from language's ability to classify and describe. Throughout his multifarious attempts to reveal that psychic realm, the artiast has employed the medium of drawing—whether mapping imaginary cities, devised to schematize unconscious thought; constructing cosmological models proposing new psychogeographic coordinates; or staging performances under hypnosis during which, brush and ink in hand, he surrenders to involuntary logorrhea. In this survey, of some one hundred videos, drawings, bulletin boards, notebooks, and rubbings from 1970 to the present, the Drawing Center charts Mullican's ongoing efforts to lend form to the ineffable.

Matt Mullican, Untitled, 2006, mixed media on bulletin boards, each 96 x 48 x 3".

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

BIOGRAFIA: Superflex

O Superflex é um coletivo dinamarquês criado em 1993 pelos artistas Bjørnstjerne Reuter Christiansen (1969) , Jakob Fenger(1968) , e Rasmus Nielsen (1969) .


O Superflex produz seus trabalhos no limiar do contexto da arte e desafia o papel dos artistas na sociedade contemporânea. Desenvolve uma prática complexa onde une projetos de arte com o comércio e estruturas sócio-econômicas, no desafio de independência. Parte de uma perspectiva de apropriação de linguagens e de estratégias cotidianas de relacionamento para trabalhar problemáticas políticas em torno da relação liberdade de expressão/cidadania – sistema de patentes, marcas, copyright. Seus Free Beer[Cerveja livre], Non-alcoholic vodka [Vodka não alcoólica], Mega Cola, por exemplo, podem ser achados e comprados em lojas, boates e bares europeus, lado a lado com produtos “comerciais”. Entre seus trabalhos está a produção de biogás e a “cerveja para todos”.

Em 2006, o Superflex foi convidado pelos curadores da 27ª Bienal de São Paulo para apresentar o projeto Guaraná Power, desenvolvido em conjunto com a Cooperativa de Agricultores da Região de Maués (COAIMA), no Amazonas. Um mês antes da abertura da Bienal, o Superflex recebeu um comunicado do presidente da Fundação Bienal informando que a obra não poderia ser apresentada na exposição "por não ser considerada uma atividade artística". Refrigerante de sabor concentrado e propriedades energéticas, o "Guaraná Power" tem como função a crítica ao monopólio do mercado e suas conseqüências nas comunidades amazônicas.

Na sua primeira exposição individual em Londres inaugurada no dia 16 janeiro na South London Gallery o Superflex apresenta seu novo filme, Flooded McDonald’s.

Abaixo texto original sobre o trabalho extraido do site da revista Art Forum.

Superflex, Flooded McDonald’s, 2008, stills from a color film, 20 minutes.

The international projects by the Danish colletive Superflex engage alternative-energy production, community organizing, and what they commonly term “countereconomic strategies.” For their first solo exhibition in London, opening January 16 South London Gallery at they will present a new film, Flooded McDonald’s.

THIS WORK IS one of our first forays into filmmaking. Although we’ve previously used film and photography to document our projects, Flooded McDonald’s incorporates a more general cinematic approach. It may at times seem like a documentary, because it follows the actual flooding of a replica of a generic McDonald’s, but it might also feel like a television commercial or disaster movie in slow motion.

Burning Car [2007] was our first film; it captures a car on fire in a single long take. We consider it a response to a series of recent activities in Western Europe––riots that looked like small civil wars, during which many cars were burned. In France, these riots were mostly in the suburbs, where the youth were reacting to specific situations based on domestic policies, the changing constellations of people living in their country, and immigration issues. At the time, there were multiple news reports about the cars, but the media would never really discuss the reasons behind these actions. Instead, there was just a widespread public fascination surrounding the cars’ burning and how wild it was to see it all over. There have been similar situations in Copenhagen; we have had burning cars outside our office here in the center of the city. The film is, in a sense, a comment on these activities, but it’s also part of a larger project of “symbolic” films we’re working on, which uses cinematic models and tries not to emphasize anything too specific.

Flooded McDonald’s is our second film, and among the issues that it examines are the consequences of consumerism on an individual level. Often, society likes to locate a scapegoat for the negative effects of consumerism, such as multinational companies or politicians who are not able to deal with, say, carbon-dioxide emissions. For this film, we wanted to create an understanding of its effects on a more private register. The film is not a direct critique of McDonald’s. Consumers want to eat the chain’s products, and they become addicted to products and ideologies. McDonald’s is really an icon for the type of consumerism that has wide-ranging environmental, social, and economic consequences.

The film will travel to Louisiana Museum of Modern Art in September. We are in the process of proposing different models for circulating the work, as standard channels for film and visual-art distribution can be very difficult in terms of public accessibility and rights. We’re trying to see if these films can be disseminated in visual-art as well as film markets.

As told to Lauren O'Neill-Butler

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Analizando el futuro de las bienales

Expertos internacionales del mundo del arte se reunirán en un simposio en Nueva York para analizar el futuro de estos eventos



Albright-Knox Art Gallery, Buffalo, New York

Albright-Knox Art Gallery, Buffalo, New York


Coincidiendo con la preparación de la muestra bianual "Beyond/In Western New York 2010", dedicada a exhibir la producción de creadores de la ciudad estadounidense y sus alrededores, un selecto grupo de profesionales del ámbito artístico se reunirá el próximo 30 de enero en la galería Albright-Knox de Buffalo para analizar qué sentido tiene en la actualidad la existencia de bienales y cuál será el futuro de estas ferias teniendo en cuenta su masificación actual: 110 eventos de este tipo se celebran cada dos años en todo el mundo. El consultor Bruce Ferguson moderará este encuentro, en el que participarán como ponentes personalidades de la talla de Francesco Bonami, director artístico de la Fondazione Sandretto re Rebaudengo de Turín y comisario de la 75º Bienal de Whitney; Anthony Bond, director adjunto de Art Gallery of New South Wales; Charlotte Bagger, co-directora de la feria U-Turn de Copenhague o Gabriel Pérez Barreiro, conservadora jefe de la sexta Bienal do Mercosul, en Portoalegre. Ferguson, organizador del evento, comisario independiente y crítico de arte, fue el fundador y el primer director de la Bienal de Santa Fe.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

BIBLIOGRAFIA: Claire Bishop

Participation (Documents of Contemporary Art)

Sobre o Autor
Claire Bishop é autora do livro Istallation Art (Instalação Arte: Uma História Crítica) além de colaborar para muitas revistas de arte, incluindo ArtForum, Flash Art, leciona História da Arte na Universidade de Warwick.

Description
The desire to move viewers out of the role of passive observers and into the role of producers is one of t
he hallmarks of twentieth-century art. This tendency can be found in practices and projects ranging from El Lissitzky's exhibition designs to Allan Kaprow's happenings, from minimalist objects to installation art. More recently, this kind of participatory art has gone so far as to encourage and produce new social relationships. Guy Debord's celebrated argument that capitalism fragments the social bond has become the premise for much relational art seeking to challenge and provide alternatives to the discontents of contemporary life. This publication collects texts that place this artistic development in historical and theoretical context.

Participation begins with writings that provide a theoretical framework for relational art, with essays by Umberto Eco, Bertolt Brecht, Roland Barthes, Peter Bürger, Jen-Luc Nancy, Edoaurd Glissant, and Félix Guattari, as well as the first translation into English of Jacques Rancière's influential "Problems and Transformations in Critical Art." The book also includes central writings by such artists as Lygia Clark and Hélio Oiticica, Joseph Beuys, Augusto Boal, Felix Gonzalez-Torres, Thomas Hirschhorn, and Rirkrit Tiravanija. And it features recent critical and curatorial debates, with discussions by Lars Bang Larsen, Nicolas Bourriaud, Hal Foster, and Hans-Ulrich Obrist.

Editorial Reviews

Review
"A rigorous introduction to debates on the relations between art and society, community and collective agency, from the rise of socially based art in the 1960s to the present.... What is an authentic concept of contemporary democracy, and how can art address it? What is the social value of participatory authorship, and what are the aesthetic limits of the social turn in art? These are crucial questions today, and this is an inexhaustible resource for those who want to answer them."
-Viktor Misiano, Curator and Chief Editor of Moscow Art Magazine

"Claire Bishop has distilled an opinionated treasury of analytical writings, empirical narration, and curatorial criticism. Her editorial enterprise results in a volume that lays out key concepts intrinsic to recent participatory art practices and illuminates a cross-section of social dynamics such practices activate and express."
-Julie Ault, artist, co-founder of Group Material

"The current focus on relational aesthetics seems to have been largely detrimental to a more complex, nuanced and art-historically informed discussion on participatory practices. Claire Bishop's thoughtful anthology will hopefully begin to remedy this situation. Her book provides the theoretical and historical tools that are essential to perform a closer reading of participatory practices, current and past. Precisely organized and carefully selected, this anthology will surely be consulted widely, both by professionals and students. To its usefulness and clarity, Bishop's book adds a concern for a geographically expanded field of inquiry, so that her version of history is gladly one that does not disregard the evidence – as much recent writing unfortunately still does – when it comes from outside the well-trodden paths of the Western canon."
-Carlos Basualdo, Curator of Contemporary Art, Philadelphia Museum of Art

Copublished with Whitechapel Art Gallery, London

Product Details
  • Paperback: 207 pages
  • Publisher: The MIT Press (November 1, 2006)
  • Language: English
  • ISBN-10: 0262524643
  • ISBN-13: 978-0262524643

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

08 Leituras em tempo de crise

O projeto ‘Leituras’ é idealizado pelas pesquisadoras portuguesas Silvia Guera e Inês Moreira, interessadas em estudos nas áreas de arquitetura e cultura visual. Trata-se de um assunto de suma importância para o conteúdo do Blog e um tipo de iniciativa que certamente temos carência no cenário brasileiro. Abaixo o texto do evento ‘08 Leituras em Tempo de Crise’ que aconteceu na cidade do Porto nos dias 18 e 27 de dezembro de 2008. Muito interessante.

PETIT CABANON
fonte: artecapital.net

Rua Miguel Bombarda 285, Porto (Loja 24 do Centro Comercial Bombarda)
18 DEZ - 27 DEZ 2008

Um projecto de Sílvia Guerra acompanhada por Inês Moreira
Dias 18 e 27 de Dezembro 08, no Porto

Projecto documental
Produção crítica e teórica sobre a arte e o espaço contemporâneos

Inúmeras práticas artísticas contemporâneas circulam hoje entre países, não sendo sempre acompanhadas por uma produção teórica com a mesma actualidade. É também pouco usual encontrar uma partilha aberta de referências pessoais fora do meio académico.

Nos últimos anos, alguns pensadores (filósofos, economistas, historiadores de arte, sociólogos, arquitectos) têm procurado colmatar a lacuna crítica sobre a criação contemporânea após todas as “mortes da arte” proclamadas nos anos 90 (por Arthur C. Danto, Hans Belting entre outros). A pós-modernidade chegou ao seu fim com todas as pós-produções artísticas que lhe sucederam ficando a arena teórica a repensar os clássicos do século XIX como valores seguros. Hoje é evidente que as teorias sobre a contemporaneidade são tão ecléticas quanto as geografias dos seus autores (felizmente não vivemos numa ditadura global a nível de pensamento). Mas urge acrescentar às citações do século XIX um conjunto de referências do século XXI.

Num momento em que o último sistema económico que nos foi legado do século passado vê abalado os seus próprios alicerces, vimos propor uma partilha de leituras de um conjunto de autores, curiosamente num pequeno espaço localizado dentro de um símbolo da sociedade portuguesa após a sua entrada na CE – o Centro Comercial. Este é contudo um projecto iniciado em troca directa entre as suas autoras, que esperam, também, uma troca com o seu público.

Projecto documental / Leituras públicas

Uma das principais orientações da arte e do comissariado artístico dos últimos anos - talvez mais evidente após a exposição colectiva “Utopia Station” comissariada por Molly Nesbit, Hans Ulrich Obrist e Rirkrit Tiravanija na Bienal de Veneza de 2003 - caracteriza-se pela valorização da documentação e das práticas artísticas processuais afastando-se da obra de arte vista como objecto único e imaterial.

No final de um ano de actividades e de vida, em Dezembro de 2008, o Petit Cabanon acolhe ensaios críticos sobre práticas artísticas e sobre arte, criando espaço para a discussão e para sessões de leitura pública de alguns textos. A proposta consiste em fazer uma hipérbole do conceito de exposição documental; para além de uma simples exposição bibliográfica ou de um trabalho artístico em torno da palavra, propõe-se um processo colectivo de recolha de livros, de frases, de citações e apontamentos recentes: propõe-se uma partilha de bibliografia.

É bom poder neste final de ano trocar ideias abrigadas por uma arquitectura mental partilhada na pequena cabana de férias de Corbu. A era dos manifestos não é a nossa, vivemos talvez na era do post-scriptum. Uma das actividades que perdura em torno da prática artística é a do comentador da arte ou a do seu crítico, que por vezes é também comissário. Parece-nos útil pensar numa re- densificação das atribuições; para o fazer precisamos de partilhar ideias e livros. Sentimos necessidade em criar uma alternativa à Sociedade Citacionista em que vivemos, traduzida numa análise da contemporaneidade e no abrandamento da recorrência à citação de autores do inicio da Modernidade, para abranger, e possivelmente abraçar, novos autores que permitam reflectir e escrever sobre uma sociedade na véspera de sofrer profundas alterações.
Da crítica estética à provocação filosófica, de Slavoj Zizec a Boris Groys, ou da multiplicidade de práticas artísticas à conceptualização do espaço contemporâneo, de Irit Rogoff a Keller Easterling, percorremos textos e projectos que não esquecem a sociedade em mutação nem a implicação política das suas relações com a arte. Todas as escolhas são subjectivas, parciais e situadas no momento e na história de cada uma das leitoras, e posteriormente dos seus convidados. A partilha tem início entre duas pessoas com percursos diferentes entre a filosofia a história da arte e a arquitectura.

Os livros e leituras aqui partilhados continuarão a sua disseminação quando forem doados a uma biblioteca pública da cidade do Porto. A sua entrega será um testemunho de uma troca directa em que autores e leitores voltam a uma situação primordial da economia, em que a troca acontece livre, e talvez apenas comprometida com uma pura vontade de conhecimento e de encontro anónimo.

Como o futuro que nos espera, gostaríamos que estas leituras se tornassem itinerantes, ocupando espaço e hospedagem em lugares diversos. Em cada espaço serão introduzidas novas propostas de leituras sobre o contemporâneo, dilatando um corpo de referências que se espera diversificado, múltiplo e singular como a arquitectura mental de cada um dos seus participantes.

LEITURAS

Art Power, Boris Groys
La subjectivité à venir, Slavoj Zizec
Qu'es-ce que le contemporain? , Giorgio Agamben
Le Spectateur Emancipé, Jacques Rancière
Networked Cultures, Parallel Architectures and the Politics of Space, P. Moertenboeck e H. Mooshammer (eds.)

Did Someone Say Participate? An Atlas of Spatial Practice, Markus Miessen e Shumon Basar (eds.)
Altering Practices, Feminist Politics and Poetics of Space, Doina Petrescu (ed.)
Enduring Innocence, Global Architecture and Its Political Masquerades, Keller Easterling

LINK
www.petitcabanon.blogspot.com

BIOGRAFIA: Miriam Kilali

A artista vive e trabalha em Berlin

Projeto de arte revitaliza abrigo para moradores de rua


fonte: dw-world.de


Casa Schöneweide: albergue para moradores de rua em Berlim Em 2006, Miriam Kilali realizou em Moscou o projeto Riqueza para os Pobres, baseado na idéia de revitalização de um albergue para pedintes e desabrigados que vivem nas ruas da capital russa.

A artista, que trabalhou numa instituição de apoio à população de rua enquanto estudava na capital alemã, chegou através de seu dia-a-dia à idéia de desenvolver o projeto: "Achei que era um cinismo muito grande ver pessoas vivendo na rua e não fazer nada. Foi quando pensei em utilizar a arte para realizar alguma coisa", conta ela.

A implementação bem-sucedida do projeto em Moscou convenceu os responsáveis por um programa de atendimento a desabrigados de Berlim. Eles deram a Kilali a incumbência de revitalizar um abrigo no bairro de Schöneweide, na parte leste da cidade. O tratamento do local durou dois anos, financiado basicamente por doações.

Como num hotel

Hall de entrada: ambiente agradável para moradores e hóspedes esporádicos A Casa Schöneweide fica num cruzamento movimentado, em frente a uma estação de trem. De fora, só a intensidade da cor amarela da fachada destaca o prédio antigo dos outros da redondeza. Quem entra ali, acredita estar chegando a um hotel: lustres imponentes, piso italiano, altas colunas dividindo os ambientes.

Logo depois da porta, há duas poltronas de couro, onde já se pode observar a presença dos freqüentadores do local, que diferem muito de hóspedes costumeiros de um hotel. Trata-se de desabrigados, pedintes e moradores de rua, muitos deles dependentes de drogas e álcool.

A idéia de colocar ali lustres de cristal e sofás vermelhos, por exemplo, poderia ter sido tirada de uma revista de decoração. Interessantes são também os quadros com molduras douradas nas paredes, com obras de arte de apenas uma cor: superfícies amarelas, vermelhas ou verdes. Essas obras são parte do conceito de renovação visual do local desenvolvido por Miriam Kilali.

"Certo exagero"

Nem todos os moradores do albergue compreendem a idéia que está por trás do projeto. A maioria reage de forma positiva às mudanças, embora alguns reclamem de um "certo exagero".

A decoração (lustres, colunas e cores) foi "imposta" pela artista. Já o mobiliário dos quartos, basicamente em branco, foi uma escolha dos moradores. A mesma liberdade eles tiveram em relação às fotos que estão dependuradas nas paredes – em sua maioria reproduções fotográficas de paisagens, feitas pela própria artista nos EUA.

Relação pessoal com o ambiente

Salão de jantar: lustre e mobiliário nobres Wolfgang Binder, que vive na Casa Schöneweide desde 2001, é um dos moradores satisfeitos com o ambiente mais amável e claro de seu quarto, onde estão dependuradas fotos de caminhões na paisagem norte-americana. Binder nunca esteve nos EUA e provavelmente nunca poderá viajar até lá, embora tenha uma irmã vivendo no país.

Para Miriam Kilali, o importante é fazer com que os moradores criem algum tipo de relação pessoal com o lugar onde vivem, passando a ver o albergue como a própria casa, mesmo que provisória.

Bálsamo para a alma

Às críticas de que os lustres imponentes seriam um exagero num abrigo para moradores de rua, a artista responde com o argumento de que um ambiente belo é sempre "um bálsamo para a alma", ou seja, de suma importância para as pessoas que vivem à margem da sociedade.

"Quero que as pessoas, quando entrem aqui, não tenham a sensação de que o lugar é um albergue para alcóolatras e ex-desabrigados, mas que admirem o ambiente. Para também darem aos moradores a sensação de que eles merecem todo o respeito e dignidade", conclui a artista.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Bienal do Cairo reúne 80 artistas de 44 países

fonte: site UOL

A Bienal do Cairo é a feira de arte mais importante da África, mas não tem dimensão internacional. Os mais de 80 artistas, de 44 países, que estão em exposição até o final de fevereiro esperam que a mostra ganhe atenção mundial.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Hélio Oiticica: PENETRÁVEIS

Curadoria de Luciano Figueiredo, César Oiticica Filho, César Oiticica

fonte Canal Contemporâneo

exposição: 21/12/2008 a 21/06/2009

“Hélio Oiticica: PENETRÁVEIS”, a exposição faz um panorama da produção do artista no segmento das proposições ambientais, as quais ele começou a criar em 1960. Na definição de Oiticica, "o PENETRÁVEL é um tipo de obra que foge das categorias comuns de pintura e escultura. São obras nas quais o espectador participa entrando, andando por elas, manipulando portas e/ou placas". Esta mostra reúne seis PENETRÁVEIS, que ocupam os três andares do Centro de Arte: "PN1", "Tropicália", "ÉDEN", "Rodhislandia: Contact", "PN 27 Rijanviera" e o inédito "Macaléia".

local:
Centro de Arte Hélio Oiticica
Rua Luís de Camões 68 Praça Tiradentes - Centro
Rio de Janeiro / Rio de Janeiro / Brasil
55-21-2232-2213

horários:
Terça a sexta, 11-18h; sábados, domingos e feriados, 11-17h

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"Mais coragem menos petróleo"

Notícia antiga, mas um assunto muito interessante para o Blog, trabalho do artista Rirkrit Tiravanija para a Sharjah Biennial 8 no Emirados Arabes Unidos em 2007.

fonte: artdaily.com


Rirkrit Tiravanija, Less Oil More Courage, 2007. Courtesy: the artist. Photo: Annette Aurell.

“Some years ago I received an invitation card in the mail from a gallery in New York, (Matthew Marks); it was an invitation to an exhibition by a young artist by the name of Peter Cain. Peter was a painter known for his anamorphic splicing of cars; they were coolly painted with the brushes of oil paint thickly applied to canvas. They were the marks of a realist (almost graphic) with the narrative of a surreal world; it was the world of surfaces and the surfaces of the metallic baked enamel of cars. But if cars were his fascination, the anamorphic world of biotechnological mutation was in the shadow of these cars – a world where Dolly the sheep was being cloned and Adobe Photoshop computer software was about to be introduced to the world, offering a new landscape of photographic rendering beyond our imagination. But Peter’s life was cut short and he did not see beyond the age of 37, and the invitation I received was for an exhibition five years after his death.

On the front of the invitation card was a reproduction from a page of Peter’s artist’s notebook: a text that read “More courage less oil”. Taken in context, that message was clearly a note to himself about the dilemma of being a painter and the moral choices one faces in executing a painting. I kept the card on my wall all these years for what I thought was a very inspired thought, not just for a painter but also perhaps for all artists.

Today, in the present context, we face a different dilemma altogether. The question of courage and the thoughts facing our present condition come ironically from the turn of Peter Cain’s inspired message.

Less oil more courage asks us to face our own desires in the making, and to confront and question them, even as we try to achieve them. How do we, as a society and a community, face our weakness with courage and find the place in our consciousness to redirect the course and path we have been traveling? We will travel to our moral end, but while we are on this road, perhaps a small detour off course can bring us closer, to face the facts and be inspired enough to change.”

Rirkrit Tiravanija
Chiang Mai, Thailand 2007


Peter Cain( Estados Unidos, 1959-1997). Sem título, óleo sobre tela - 1989. (posição original da obra)

BIOGRAFIA: Yang Hae-gue

Born 1971, Seoul, South Korea. The artist lives and works in Berlin and Seoul

'Emotional Conceptualist' to Represent Korea at Biennale

fonte: english.chosun.com

Yang Hae-gue, a Berlin-based artist, will represent Korea at the Venice Biennale in 2009. In an interview with the Chosun Ilbo on Tuesday, Yang (37) said the key to her success as a foreigner in the European art world was that she makes full use of the solitude and isolation she feels as a foreigner in her art.
graduated from the College of Arts at Seoul National University, and was a "master pupil" at the Stadelschule in Frankfurt. Critics say Yang pursues an "emotional conceptualism."

To Yang, art is a tool that makes spectators sympathize and "resonate" with intimate memories and ideas that captured the heart of the artist. "The essence of my work lies in appealing to all senses by any reasonable means such as light, sound, temperature and wind, and eventually draw emotional consensus between the artist and the spectators," she says. "One thing an artist and a philosopher have in common is that they both create a tool that leads people to see things that exist more clearly."

Yang was recently named as one of the 100 top media installation artists by German economic magazine Capital.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Artista Steve McQueen é autor do polêmico filme "Hunger"

SILAS MARTÍ

da Folha de S.Paulo

Rostos sorridentes de soldados mortos na Guerra do Iraque ilustram uma série de selos postais que o correio britânico ainda não decidiu se vai pôr em circulação. Nos cinemas europeus, um filme dramatiza a greve de fome de Bobby Sands, ativista do IRA (Exército Republicano Irlandês) que morreu em protesto contra o governo Thatcher nos anos 80.


Treiler do filme "Hunger", premiado em Cannes e dirigido pelo artista britânico Steve McQuee

Enquanto mártires e terroristas usarem o próprio corpo como instrumento de combate, não faltará assunto para o artista britânico Steve McQueen, autor do filme e dos selos.

"As pessoas se usam como armas", resume McQueen em entrevista à Folha. "É uma ferramenta para quando não há mais saída." O artista será o representante do Reino Unido na próxima Bienal de Veneza e ganhou, no ano passado, o Caméra d'Or, prêmio em Cannes para melhor longa de estreia com "Hunger", filme que dividiu a crítica ao expor laços estreitos, talvez até demais, com estratégias das artes visuais.

Se há economia de palavras e o texto parece minguar junto com o corpo do protagonista, há excessos nas imagens. Em sessões na Europa, onde o filme estreou no mês passado, muitos deixam a sala, e críticos descrevem cenas como "banhos de merda, mijo e sangue".

É como se McQueen traduzisse em cinema o expressionismo sem dó de Francis Bacon: o peso da matéria, tinta sobre tela, vira exagero visual em detrimento das falas, a imagem que bombardeia sem cessar.

Numa sequência sem cortes, um homem tenta enxugar um corredor inundado de urina, esgueirando-se entre paredes cobertas de excrementos que os detentos usavam em rebeliões. O fato de serem todos homens, nus e confinados, que apodrecem na prisão, fez com que certos críticos vissem no filme um manifesto sobre a virilidade em tempos de exceção.

Açougueiro

Talvez por isso, McQueen se considere aqui mais do que artista e cineasta, mas também "açougueiro às avessas", que fareja a carniça e expõe a putrefação do corpo e dos valores, esforçando-se para escancarar a sujeira que vê na guerra.

O Royal Mail ainda não autorizou a circulação dos selos que McQueen fez estampando o rosto de soldados britânicos mortos em combate no Iraque _a ironia é que o trabalho é fruto de um prêmio que o artista ganhou do próprio governo, agora alvo de um abaixo-assinado de 15 mil nomes a favor da distribuição dos selos.

"Queria que tivessem outra ideia dessa guerra, não só pela imprensa", diz McQueen. "Essas imagens vistas no dia-a-dia são um grito muito mais forte."

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

BIOGRAFIA - Alfredo & Maria Isabel Aquilizan

Alfredo Juan Aquilizan: * 1962 Cagayan Valley, Philippines.
Maria Isabel Gaudinez-Aquilizan: * 1965 Manila, Philippines.
They live in Brisbane, Australia.

Two installations at the Singapore Biennale 2008

fonte: site alemão universes-in-universe por Matthew Ngui

Collaboration and collection, community and family, re-location and temporary homes, memory and identity are all processes and things that feature in the work of husband and wife team, Alfredo and Isabel Aquilizan. Originally from the Philippines, they have recently moved to Brisbane with their children. As they literally live the issues they deal with in their artwork, the Aquilizans are particularly focused on conveying the complexity of emotions associated with social dislocation, which emanate from necessity or a need for change.

In Erasure and Remembrance at the 6th Havana Biennial in 1997, 10,000 used toothbrushes were collected from the inhabitants of a small town in the Philippines and densely installed. In the series of developmental works associated with Project: Be-longing from 1999 to the present, the artists began by collecting personal items from Filipinos who had migrated to Australia and in their projects (2002 in Japan and South Korea and 2005 in the USA), blankets and dreams, highly personal items, were collected to create installations. There are two important threads that bind these works and the artists’ practices. First, the process of collecting the personal items and objects necessitates a collaborative framework. The collaboration between the communities and the Aquilizans provides a platform for dialogue and an exchange of ideas

and as a result, new understandings and relationships develop. Secondly, these used items and objects, with their cumulative histories and personal, physical contact with the individual users, seem to embody the experiences and lives of the people. When presented in vast numbers in the artists’ installations, an overwhelming sense of shared and varied lived human experiences are communicated. The Aquilizans are therefore engaged in a process of collecting and presentation that is informed by what they observe outside and inside their own lived experiences.

Dream BlanketAddress (2007-2008) represents a developmental process spanning more than ten years since the first personal objects were collected 'cubed' by Balikbayan boxes. These are boxes that many Filipino migrants use to transport their personal belongings home. The Aquilizans used these boxes as moulds to 'cast' their own belongings as they moved from the Philippines to Australia. These 140 'cubes' of personal belongings are now 'bricks' used in the construction of Address, a room with a door but without a ceiling.

Address was exhibited in the Gallery of South Australia in the "Handle with Care" exhibition earlier this year. Installed at South Beach Development for the Singapore Biennale 2008, Address is a powerful reminder of things transient as the building itself is earmarked for massive re-development.

At the Central Promontory Site, the Aquilizans are presenting Flight (2008) an outdoor installation of 4000 slippers, perched on bamboo poles, between the Containart Pavilion and the water. This work is based on Daing (2003), for which the artists worked with a fishing village in the Philippines to create an installation of slippers and wind harps on bamboo poles seemingly ‘returning to the sea’. Daing in Tagalog, means ‘lament’ or refers to preserved salted fish. The installation pays homage to tradition while being a fundamental activity in art-making, not only for the artists but also the fishing community.

Matthew Ngui
Visual artist, lives in Singapore and Australia, exhibiting internationally (including several Biennales, and Documenta). Co-curator of the 2nd Singapore Biennale2008.

(Courtesy of the Singapore Biennale 2008. Text published in the event's guide.)