7ª Bienal do Mercosul: Grito e Escuta
texto curatorial de Victoria Noorthoorn e Camilo Yáñez
texto curatorial de Victoria Noorthoorn e Camilo Yáñez
fonte: canalcontemporaeo.art.br
Victoria Noorthoorn e Camilo Yáñez
Curadores Gerais da 7ª Bienal do Mercosul
Porto Alegre, Brasil - 26 de setembro a 22 de novembro de 2009
A 7ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul propõe revalorizar o artista como um ator social e constante produtor de um sentido crítico necessário, posicionando seu olhar no cerne de cada uma das exposições e programas. Assim, os artistas organizam na Bienal as exposições, desenvolvem as ferramentas e programas educativos, e lideram a comunicação e o sistema de publicações.
Em seu conjunto, a 7ª Bienal propõe uma inversão metodológica: um sistema centrado nos processos de criação – mais que em temas específicos – onde ação e reflexão (Grito e Escuta) operam como as ferramentas a partir das quais a Bienal se articula em sua totalidade. Busca-se criar uma Bienal “protéica”, um sistema de possibilidades dinâmico, onde cada espectador seja capaz de montar seu próprio sistema de leitura.
Por outro lado, a 7ª Bienal busca romper limites, tanto no tempo quanto no espaço. No espaço, porque seus limites físicos não coincidem com os de Porto Alegre, Brasil e Mercosul: seus artistas e a Rádio Bienal transcenderão fronteiras e uma das exposições abrirá simultaneamente em diversas cidades do planeta. No tempo, porque esta é uma Bienal que nunca termina: ensaia metodologias educativas que, esperamos, perdurem tempos depois, enquanto uma de suas exposições permanecerá aberta indefinidamente.
A centralidade do artista está presente em cada uma das ações da Bienal, em suas exposições e programas.
As exposições questionam aspectos pontuais do processo criativo:
O desenho como primeiro espaço de tradução do pensamento do artista;
Os processos de criação que interpelam as condições culturais e políticas de contextos específicos;
O artista que retira os elementos de linguagem da arte e expõe suas condições de produção;
O humor e o absurdo como instrumentos de resistência e liberdade;
A transformação como ferramenta capaz de deslocar a percepção da obra e sugerir uma suspensão do tempo;
O diálogo com a cidade, cuja trama os artistas modificam e resignificam, a modo de um texto público;
A arte como espaço de projeção de ideias, de planificação, de comunicação, da imaginação.
Os três programas principais se dirigem a um público de diversas latitudes e procedências.
Este é o caso do Projeto Pedagógico, com seu programa de residências artísticas em Porto Alegre e nas diversas comunidades do estado do Rio Grande do Sul, no qual os artistas desenham novas metodologias para o sistema educativo.
É o caso também do Programa Editorial, também coordenado por artistas. Este programa contempla um sistema de publicações variáveis e de baixo custo, que podem ser montadas pelo próprio espectador e que permitirão diversos níveis de acesso às obras e uma concepção diferente da comunicação: nesta Bienal não haverá publicidade, mas obras de arte nos meios de comunicação.
Finalmente, o caso da Rádio Bienal, que simboliza o interesse comunicacional da 7ª Bienal, e que aproximará o ouvinte imediato e o distante aos processos de construção e debates gerados pela Bienal.
Juntos, exposições e programas compõem um sistema orgânico, caracterizado pela expansão e pela abertura. Com a finalidade de destacar esta última, a 7ª Bienal organiza uma convocatória aberta para Projetáveis, uma exposição que viaja sem bagagem e que tem a capacidade de ser apresentada simultaneamente na Bienal e em diversas cidades do Brasil e do mundo.
Por sua vez, o título da Bienal – Grito e Escuta – se refere à importância de explorar a comunicação multidirecional: entre um mundo em conflito e um artista que escuta e responde; entre um artista que produz sentido com a intenção de que o mundo o escute, através de múltiplas linguagens, com a intenção de alterar, por sua vez, a hegemonia da visualidade. A 7ª Bienal do Mercosul explora a sonoridade, o movimento corporal, a vivência social e a vivência pedagógica como partes integrantes da experiência da arte hoje.
Por fim, seu título propõe chamar a atenção e sinaliza a intenção da 7ª Bienal de incorporar um amplo espectro de conteúdos: desde o artista que realiza uma ação para gerar uma transformação ou um impacto concreto sobre a realidade, até o artista que promove a atitude reflexiva e a escuta ante o entorno, que resgata o poder do diálogo como modelo possível de construção para uma sociedade melhor.
Em seu conjunto, a 7ª Bienal propõe uma inversão metodológica: um sistema centrado nos processos de criação – mais que em temas específicos – onde ação e reflexão (Grito e Escuta) operam como as ferramentas a partir das quais a Bienal se articula em sua totalidade. Busca-se criar uma Bienal “protéica”, um sistema de possibilidades dinâmico, onde cada espectador seja capaz de montar seu próprio sistema de leitura.
Por outro lado, a 7ª Bienal busca romper limites, tanto no tempo quanto no espaço. No espaço, porque seus limites físicos não coincidem com os de Porto Alegre, Brasil e Mercosul: seus artistas e a Rádio Bienal transcenderão fronteiras e uma das exposições abrirá simultaneamente em diversas cidades do planeta. No tempo, porque esta é uma Bienal que nunca termina: ensaia metodologias educativas que, esperamos, perdurem tempos depois, enquanto uma de suas exposições permanecerá aberta indefinidamente.
A centralidade do artista está presente em cada uma das ações da Bienal, em suas exposições e programas.
As exposições questionam aspectos pontuais do processo criativo:
O desenho como primeiro espaço de tradução do pensamento do artista;
Os processos de criação que interpelam as condições culturais e políticas de contextos específicos;
O artista que retira os elementos de linguagem da arte e expõe suas condições de produção;
O humor e o absurdo como instrumentos de resistência e liberdade;
A transformação como ferramenta capaz de deslocar a percepção da obra e sugerir uma suspensão do tempo;
O diálogo com a cidade, cuja trama os artistas modificam e resignificam, a modo de um texto público;
A arte como espaço de projeção de ideias, de planificação, de comunicação, da imaginação.
Os três programas principais se dirigem a um público de diversas latitudes e procedências.
Este é o caso do Projeto Pedagógico, com seu programa de residências artísticas em Porto Alegre e nas diversas comunidades do estado do Rio Grande do Sul, no qual os artistas desenham novas metodologias para o sistema educativo.
É o caso também do Programa Editorial, também coordenado por artistas. Este programa contempla um sistema de publicações variáveis e de baixo custo, que podem ser montadas pelo próprio espectador e que permitirão diversos níveis de acesso às obras e uma concepção diferente da comunicação: nesta Bienal não haverá publicidade, mas obras de arte nos meios de comunicação.
Finalmente, o caso da Rádio Bienal, que simboliza o interesse comunicacional da 7ª Bienal, e que aproximará o ouvinte imediato e o distante aos processos de construção e debates gerados pela Bienal.
Juntos, exposições e programas compõem um sistema orgânico, caracterizado pela expansão e pela abertura. Com a finalidade de destacar esta última, a 7ª Bienal organiza uma convocatória aberta para Projetáveis, uma exposição que viaja sem bagagem e que tem a capacidade de ser apresentada simultaneamente na Bienal e em diversas cidades do Brasil e do mundo.
Por sua vez, o título da Bienal – Grito e Escuta – se refere à importância de explorar a comunicação multidirecional: entre um mundo em conflito e um artista que escuta e responde; entre um artista que produz sentido com a intenção de que o mundo o escute, através de múltiplas linguagens, com a intenção de alterar, por sua vez, a hegemonia da visualidade. A 7ª Bienal do Mercosul explora a sonoridade, o movimento corporal, a vivência social e a vivência pedagógica como partes integrantes da experiência da arte hoje.
Por fim, seu título propõe chamar a atenção e sinaliza a intenção da 7ª Bienal de incorporar um amplo espectro de conteúdos: desde o artista que realiza uma ação para gerar uma transformação ou um impacto concreto sobre a realidade, até o artista que promove a atitude reflexiva e a escuta ante o entorno, que resgata o poder do diálogo como modelo possível de construção para uma sociedade melhor.