quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Adriano Pedrosa é anunciado como um dos curadores da próxima Bienal de Istambul

Adriano Pedrosa e Jens Hoffmann foram anunciados como sucessores do coletivo curatorial baseado em Zagreb WHW – What, How & for Whom, para serem curadores da 12ª edição da Bienal de Istambul. A bienal acontece entre os dias 17 de Setembro e 13 de Novembro de 2011.

Adriano Pedrosa, nascido em 1965 no Rio de Janeiro, vive e trabalha atualmente em São Paulo como curador, editor e escritor independente. É autor de inúmeras publicações internacionais e foi o curador no Museu de Arte da Pampulha em Belo Horizonte - MG (2001-2003); InSite_05, San Diego/Tijuana (2005); foi co-curador e co-editor nas publicações da 27ª Bienal de São Paulo (2006). Atualmente ele está no quadro editorial do The Exhibicionist: A Journal for Exhibition Making e é o diretor e fundador do Programa Independente da Escola São Paulo.

Jens Hoffmann, nascido em 1974 em San José, Costa Rica, é o diretor do CCA Watts Institute of Contemporary Art em San Francisco. Hoffmann trabalhou em várias das melhores instituições de arte do mundo, incluindo o Solomon R. Guggenheim Museum e o DIA Center for the Arts, ambos em Nova Iorque; o Kölnischer Kunstverein, em Colonia e o York and Kunst-Werke, em Berlim. Foi diretor do Institute for Contemporary Art London de 2003 a 2007. Hoffmann é o diretor fundador do The Exhibicionist: A Journal for Exhibition Making .

Disponível em: www.flashartonline.com

Fundação Bienal vai divulgar arte do Brasil no exterior

Com convênio de R$ 1,8 mi com o MinC, instituição oferecerá editais para que artistas realizem residências, publiquem livros e participem de mostras fora do país 

A partir do próximo mês, a Fundação Bienal de São Paulo se transformará em uma agência de divulgação da arte brasileira no exterior.


No início de março, serão divulgados quatro editais que permitirão a concessão de verbas para artistas realizarem residências artísticas, participarem de mostras e publicarem livros com subsídios da Fundação, através de um convênio que foi firmado com o Ministério da Cultura (MinC).


"No ano passado, visitamos a Inglaterra, a França e a Espanha e conhecemos os órgãos daqueles países que fomentam a arte no exterior e achamos que esse tipo de ação tem a ver com a Bienal, que produz muitos vínculos entre a produção nacional e o exterior", diz Heitor Martins, presidente da Fundação Bienal.


Segundo o diretor de estudos e políticas culturais do MinC, Afonso Luz, o convênio com a Bienal foi possível por conta da Portaria 61, assinada pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, em agosto de 2009, criada com "o objetivo de estabelecer instrumentos à internacionalização da arte contemporânea brasileira". "A Bienal foi a primeira entidade a apresentar uma proposta de convênio, mas iremos estabelecer outras parcerias", contou Luz à Folha.


No total, o MinC está repassando R$ 1,8 milhão à Fundação Bienal, que irá alocar, como contrapartida, mais R$ 200 mil para o projeto, sendo que o total deve ser gasto até o fim do ano. Serão disponibilizados prêmios de R$ 10 mil para que 50 artistas participem de mostras, R$ 12,5 mil para 15 residências artísticas e R$ 25 mil para apoio a 15 publicações em línguas estrangeiras.


As solicitações deverão ser feitas diretamente pelos artistas no site da Bienal, que também será lançado no próximo mês. O programa prevê ainda 20 prêmios de R$ 6,5 mil para textos acadêmicos que abordem arte contemporânea brasileira e economia da arte, além de três estudos a serem encaminhados ao MinC: o mercado de arte no exterior, a circulação de obras de arte e o regime tributário.


Com isso, a Fundação Bienal se torna uma espécie de Conselho Britânico, órgão público inglês que fomenta arte no exterior. E o que levou o MinC a terceirizar essa função? "Esse é um debate de uma década atrás. Se o setor público quiser fazer tudo sozinho, ele já não consegue. Parcerias são necessárias e a Bienal tem sido a ponta de lança da arte brasileira no exterior", afirma Luz.


Além de lançar esse novo programa, Martins comemora o pagamento de todas as dívidas da fundação, de cerca de R$ 4 milhões, além de ter R$ 9 milhões em caixa, com a garantia da captação de R$ 20 milhões, o que chegará perto dos R$ 30 milhões (orçamento da 29ª Bienal de São Paulo, programada para setembro).

FABIO CYPRIANO da Folha de S. Paulo

Crítica: Mostra revela importância de Matta-Clark




A Bienal de São Paulo tem sido responsável, desde sua origem, pela atualização do público na produção contemporânea, mas, como exposição de grande porte, raramente consegue se aprofundar nas poéticas individuais. Gordon Matta-Clark foi um dos pilares da 27ª Bienal, de 2006, mas só com "Desfazer o Espaço" será possível compreender de fato toda a sua importância. 


A atualidade de Matta-Clark está em discutir temas que seguem fundamentais na sociedade, como a ocupação de espaços públicos e privados, a alimentação e o pensamento ecológico por meio de obras que seguem com forte apelo visual. 


Expor artistas como Matta-Clark, com muitos trabalhos que dependem em grande parte de documentação, poderiam tornar a exposição enfadonha, mas não é o que ocorre.

As curadoras Gabriela Rangel e Tatiana Cuevas, na mostra organizada pelo Museu de Arte de Lima, optaram por um correto equilíbrio entre trabalhos e projetos, obras mais teatrais com outras que demandam maior atenção. De certa forma, isso se inspira no próprio artista, que apresentava muitas de suas ações na arquitetura por meio de colagens fotográficas, tirando do registro um mero caráter documental. 


A exposição traz muitas obras de Matta-Clark pouco conhecidas, como a série de desenhos "Árvore da Energia", que produz um intenso diálogo com o registro da performance "Tree Dance" (dança na árvore), de 1971, também na mostra. É nas intervenções arquitetônicas, contudo, que a mostra aponta de fato a relevância de Matta-Clark. Em Paris, Berlim e Nova York, suas ações repensaram edifícios icônicos, e seguem repercutindo nas novas gerações de artistas.

FABIO CYPRIANO da Folha de S. Paulo



SERVIÇO

GORDON MATTA-CLARK: DESFAZER O ESPAÇO

Quando: de ter. a dom., das 10h às 18h; até 4/4
Onde: Museu de Arte Moderna de São Paulo (pq. Ibirapuera, portão 3, tel. 00/xx/11/5085-1300)
Quanto: R$ 5,50; dom., grátis
Avaliação: ótimo