por Fábio Cypriano da Folha de S.PauloO empresário Heitor Martins, até agora único candidato à presidência da Fundação Bienal de São Paulo, encontra-se nesta terça-feira (26) com o ministro da Cultura, Juca Ferreira. A reunião sugere que dificilmente outro candidato terá chance na eleição, marcada para quinta-feira.
"Martins saberá conduzir a Fundação Bienal em sua missão fundamental no desenvolvimento das artes visuais do país, num momento excepcional de visibilidade internacional dos artistas brasileiros da área", divulgou o Ministério da Cultura, na semana passada, em nota de apoio inédito a um candidato na história da Bienal.
Danilo Verpa/Folha Imagem
O empresário Heitor Martins, candidato único à presidência da Bienal, em sua casa, em SP Sucedendo três gestões de Manoel Francisco Pires da Costa, marcadas por crises, Martins, 41, chegará à instituição com um perfil técnico, quando muitos ex-presidentes usaram a instituição para melhorar a imagem. "Não vou ser a mesma coisa", disse Martins em entrevista exclusiva à Folha, no domingo, em sua casa, perto do Jóquei Clube de SP.
As dívidas da Bienal, em torno de R$ 4 milhões, não assustam o candidato: "Traremos uma agenda positiva. Creio que com isso os recursos virão".
Nesta segunda-feira (25), Martins enviou uma carta aos conselheiros da Bienal com suas propostas, que incluem a realização da Bienal em 2010 --o que, para a atual gestão, estava quase descartado por problemas financeiros e atrasos-- e os nomes de sua diretoria. Entre estes, o ex-presidente da Bienal do Mercosul, Justo Werlang, o crítico e colecionador Miguel Chaia e o advogado Salo Kibrit.
"Nosso maior desafio está no fortalecimento do modelo de gestão e no aprimoramento da relação com a sociedade", disse.
Na carta, segundo a Folha apurou, são sugeridos conselheiros para a instituição, todos empresários ligados ao colecionismo, que se tornam importantes apoios para a eleição: Suzana Steinbruch, José Olympio Pereira, Alfredo Egydio Setúbal, Milú Villela, Carlos Jereissati Filho, Paulo Sérgio Coutinho Galvão Filho e Tito Enrique da Silva Neto. O banqueiro Roger Wright, morto em acidente de avião na última sexta, também estava na lista.