terça-feira, 26 de maio de 2009

French Pavilion - La Biennale di Venezia



Le Grand Soir - Claude Lévêque
June 7 - November 22, 2009

Curator: Christian Bernard

French Pavilion
53rd International Exhibition of Art
La Biennale di Venezia



Claude Lévêque | Le grand soir | 2009
Néon blanc - 200 x 177 cm | 3 exemplaires - Photo Charles Duprat
© ADAGP Claude Lévêque | Courtesy the artist and kamel mennour, Paris

Bienal do Mercosul (Porto Alegre/RS) realiza convocatória aberta a artistas



A 7ª Bienal do Mercosul - Grito e Escuta, em cartaz de 16/10/09 a 29/11/09 em Porto Alegre (RS), realiza uma convocatória aberta a artistas interessados em participar da mostra “Projetáveis / Proyectables / Projectables”. Artistas de todo o mundo podem apresentar projetos para a mostra, uma das sete da Bienal do Mercosul e agendada para o Santander Cultural. As inscrições ficam abertas de 22/05/09 a 10/07/09. O regulamento está no website www.bienalmercosul.art.br/projetaveis.
Essa seção da 7ª Bienal, concebida pelo curador-adjunto e artista Roberto Jacoby, se propõe a explorar a materialização e localização específica dos projetos que utilizam a www como canal além das fronteiras geográficas ou de suportes finais. Os “Projetáveis” são peças bytes + atoms, formas híbridas que viajarão pela internet para serem baixadas ou transmitidas em tempo real, via streaming, para em seguida integrarem a exposição na 7ª Bienal.
Os projetos apresentados podem ser visuais (fotografias, imagens, slide shows, sombras, vídeos, filmes de curta, media ou longa metragem, animações, vídeo-instalações, flashes), sonoros ou performáticos (VJ e DJ, performances, conferências), ou outros meios (páginas web e jogos interativos), etc. Os projetos devem ser "projetáveis" em monitores, telas ou objetos.

Mais informações:

www.bienalmercosul.art.br e projetaveis@bienalmercosul.art.br.

INHOTIM ABRE PAVILHÕES EM OUTUBRO

Além da escultura de Chris Burden, o Instituto Inhotim planeja inaugurar em outubro uma série de pavilhões de outros artistas de peso, quase dobrando seu tamanho atual.
Até lá, as brasileiras Valeska Soares e Rivane Neuenschwander, a canadense Janet Cardiff, o norte-americano Matthew Barney e o argentino Jorge Macchi devem ganhar seus próprios espaços no centro de arte contemporânea em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte.
Para marcar as aberturas, o Instituto Inhotim planeja também um ciclo de palestras, que deve trazer, entre outros, o curador suíço Hans Ulrich Obrist, da Serpentine Gallery, de Londres, ao país.

Artista plástico Arcangelo Ianelli morre em São Paulo

Notícia foi confirmada pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
Morte aconteceu na manhã desta terça, por falência múltipla de órgãos.

Do G1, em São Paulo


Sérgio Castro/AE - 06/04/01
Artista ao lado de sua escultura "Dança branca oval", no Parque da Aclimação

Em nota oficial divulgada nesta terça-feira (26), o Hospital Israelita Albert Einstein informou a morte do artista plástico Arcangelo Ianelli, ocorrida às 8h, por falência múltipla de órgãos.

Autodidata, Ianelli estudou na Associação Paulista de Belas Artes e também foi aluno de Colette Pujol, no começo da década de 1940. Durante os anos 50, formou o Grupo Guanabara, ao lado de artistas como Manabu Mabe, Jorge Mori, Tikashi Fukushima e Wega Nery, entre outros.

Ianelli começou a aventurar-se dentro da arte abstrata a partir de 1961, passando por diferentes fases – com um trabalho expressivo na abstração geométrica a partir dos anos 70, quando também começa a atuar como escultor.

Suas obras fazem parte do acervo de museus na América do Sul, México, EUA, Canadá, Itália, Japão e Alemanha, além de já ter exposto ao longo de seus mais de 60 anos de carreira na Europa, Ásia e Américas.



ENTREVISTA: Heitor Martins - candidato único a presidência da Bienal

"Déficit não é tão absurdo", diz candidato à presidência da Bienal

por Fábio Cypriano da Folha de S.Paulo

Mesmo sendo eleito nesta quinta, o empresário Heitor Martins só deve tomar posse após um período de transição de no máximo dois meses, para a captação de R$ 1,8 milhão, de acordo com a carta enviada ontem, pelo candidato, aos conselheiros da Fundação Bienal. A eleição do presidente depende da aprovação do conselho, que se reúne a portas fechadas e define as regras da votação, por exemplo, se será por unanimidade ou maioria simples. Não há quórum mínimo.

"Vamos trabalhar já, mas fazer uma transição que não seja uma ruptura", disse Martins à Folha, cercado de obras de artistas contemporâneos como Lygia Clark, Tunga e Jac Leirner, além de modernos como Volpi e Pancetti, todos de sua coleção. Entre as propostas do candidato, aliás, está reforçar a presença da arte brasileira na Bienal. Leia a seguir.

Folha - O que levou o sr. a ser candidato a presidência da Bienal?
Heitor Martins - Foi uma combinação de fatores. Tenho uma grande afinidade com o tema, desde criança me entusiasmei com artes plásticas. Quando universitário, tive um pôster da mostra "Tradição e Ruptura" [realizada na Bienal, em 1984] no quarto. Eu visitava as bienais, depois passei a colecionar e, quando morei na Argentina, fiz um curso livre na Faculdade de Belas Artes. Poucas instituições culturais no Brasil têm 60 anos, como a Bienal, e a sua importância, na divulgação da arte, é evidente, comparável somente ao MoMA [Nova York], à Bienal de Veneza, à Documenta de Kassel, ao Centro Pompidou [Paris]. Contribuir com uma entidade que tem essa história é um chamado ao qual não se pode recusar.

Folha - Quem o convidou para ser candidato?
Martins - Foi o Jorge Wilhem, que conheci por conta da Fundação Nemirovsky, com a qual eu contribuí. Ele me indicou há uns três meses, mas, quando surgiu a candidatura do Andrea Matarazzo [secretário da Coordenação de Subprefeituras de São Paulo], eu achei que ele tinha condições. Com a desistência dele, fui procurado também pelo Julio Landmann [conselheiro da Bienal] e aceitei.

Folha - E o sr. procurou se inteirar da situação financeira da Bienal?
Martins - A questão da situação da Bienal ganhou dimensão exagerada. Objetivamente ela é simples. O déficit da Bienal passada se transformou num endividamento de R$ 4 milhões, que não é um valor tão absurdo. A questão para mim foi entender isso e montar uma boa equipe que possa superar esse problema e colocar a Bienal nos trilhos novamente.

Folha - É isso que o sr. faz em sua empresa de consultoria?
Martins - Trabalho numa empresa de consultoria estratégica, que tem como clientes empresas que querem crescer. Para mim, a questão na Bienal é isso, não olhar para o passado, mas acertar os recursos para ela voltar a florescer. Posso dizer que 80% do tempo que já gastamos é em pensar como levar a Bienal para frente, qual equipe, como organizar, que tipo de aspiração.

Folha - O sr. leu o relatório do Ivo Mesquita para pensar sua proposta?
Martins - Sim. O que temos tido como questão central é a ideia de "refazer" e, é claro, isso só pode ser em cima das bienais anteriores. Nos últimos anos se abriu um debate sobre o papel das bienais e como elas devem ser geridas, mas a segunda questão deve estar baseada na primeira. Vamos repensar a Bienal, na gestão, nos recursos, na relação com o governo, a sociedade. Nossa gestão é dar continuidade ao debate. A última Bienal, no entanto, teve um debate mais intelectual, e o que queremos é que esse debate seja plástico. Também queremos que a arte brasileira tenha uma presença ainda maior, e que se pense na produção internacional tendo a produção nacional como referência.

Folha - Mas isso não é um debate para o curador?
Martins - Sim. E como nossa agenda está apertada, já que não queremos prorrogar a Bienal para 2011, mas mantê-la em 2010 -afinal, esse é o objetivo da instituição e, se ela não o cumpre, perde o sentido-, nós vamos indicar uma equipe de curadores logo. Mas não queremos curadores que já trabalharam na Bienal de São Paulo, queremos um novo olhar.

Folha - E quanto à Bienal de Veneza, a Bienal de São Paulo deve continuar indicando os representantes do pavilhão brasileiro?
Martins - Creio que sim. Nossa diretoria gostaria de manter essa tradição e, por isso, estamos integrando essa representação em nosso projeto. Já que queremos abordar a arte brasileira como referência no contexto internacional, Veneza é um ponto estratégico, e gostaríamos que os curadores que organizarem São Paulo indicassem a representação de Veneza já na própria proposta.

Folha - Qual será seu maior desafio, na sua opinião?
Martins - Temos três objetivos: resolver a situação financeira, viabilizar a 29ª Bienal em 2010 e preparar as bases para um projeto continuado. A Bienal tem um efeito fênix, a cada novo presidente ela morre e tem que recomeçar. Queremos uma fórmula de estabilidade, fortalecendo o modelo de gestão, que precisa quer uma relação estreita com a sociedade. Vamos trazer uma agenda positiva, e creio que, com isso, os recursos virão, mas é preciso entusiasmar a sociedade.

Candidato promete "agenda positiva" para Bienal

por Fábio Cypriano da Folha de S.Paulo

O empresário Heitor Martins, até agora único candidato à presidência da Fundação Bienal de São Paulo, encontra-se nesta terça-feira (26) com o ministro da Cultura, Juca Ferreira. A reunião sugere que dificilmente outro candidato terá chance na eleição, marcada para quinta-feira.
"Martins saberá conduzir a Fundação Bienal em sua missão fundamental no desenvolvimento das artes visuais do país, num momento excepcional de visibilidade internacional dos artistas brasileiros da área", divulgou o Ministério da Cultura, na semana passada, em nota de apoio inédito a um candidato na história da Bienal.

Danilo Verpa/Folha Imagem
O empresário Heitor Martins, candidato único à presidência da Bienal, em sua casa, em SP

Sucedendo três gestões de Manoel Francisco Pires da Costa, marcadas por crises, Martins, 41, chegará à instituição com um perfil técnico, quando muitos ex-presidentes usaram a instituição para melhorar a imagem. "Não vou ser a mesma coisa", disse Martins em entrevista exclusiva à Folha, no domingo, em sua casa, perto do Jóquei Clube de SP.

As dívidas da Bienal, em torno de R$ 4 milhões, não assustam o candidato: "Traremos uma agenda positiva. Creio que com isso os recursos virão".

Nesta segunda-feira (25), Martins enviou uma carta aos conselheiros da Bienal com suas propostas, que incluem a realização da Bienal em 2010 --o que, para a atual gestão, estava quase descartado por problemas financeiros e atrasos-- e os nomes de sua diretoria. Entre estes, o ex-presidente da Bienal do Mercosul, Justo Werlang, o crítico e colecionador Miguel Chaia e o advogado Salo Kibrit.

"Nosso maior desafio está no fortalecimento do modelo de gestão e no aprimoramento da relação com a sociedade", disse.

Na carta, segundo a Folha apurou, são sugeridos conselheiros para a instituição, todos empresários ligados ao colecionismo, que se tornam importantes apoios para a eleição: Suzana Steinbruch, José Olympio Pereira, Alfredo Egydio Setúbal, Milú Villela, Carlos Jereissati Filho, Paulo Sérgio Coutinho Galvão Filho e Tito Enrique da Silva Neto. O banqueiro Roger Wright, morto em acidente de avião na última sexta, também estava na lista.


Instituições de arte paulistanas vivem crise permanente


por Fábio Cypriano da Folha de S.Paulo


A crise que ronda a Fundação Bienal não é muito distinta da situação pela qual passam outras instituições de arte paulistanas, como o Masp (Museu de Arte de São Paulo) e o MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo).
Criados no mesmo período, o Masp (1945, por Assis Chateaubriand), o MAM e a Bienal (1948 e 1951, por Ciccillo Matarazzo) têm modelo de gestão centralizador e personalista, como foram seus mecenas fundadores.
Chateaubriand e Matarazzo construíram impérios com boas assessorias, mas profissionais da arte nunca foram incorporados a tais instituições. Com a morte de ambos, os museus e a Bienal ficaram com estruturas frágeis, dependentes de personalidades fortes. Quando Edemar Cid Ferreira assumiu a Bienal, por exemplo, injetou dinheiro e recolocou-a no circuito mundial.
Sem tal cacife, o empresário Manuel Francisco Pires da Costa dependeu de verbas governamentais, mas, com suas confusões administrativas, contratando parentes e usando sua empresa para criar a revista da instituição, perdeu legitimidade e aporte financeiro, levando a Bienal à sua mais séria crise.
Renovar a estrutura dessas instituições ajudaria a imunizá-las contra as crises. Foi o que propôs Ivo Mesquita, curador-chefe da última Bienal: "Importante e procedente é uma nova composição do conselho, incluindo [...] profissionais experientes como diretores de museus, curadores, artistas, galeristas, acadêmicos, que possam contribuir para um entendimento e uma presença mais orgânica da instituição na sociedade e no meio artístico brasileiro e internacional".