terça-feira, 13 de outubro de 2009

Instalação imita buraco negro na Tate Modern

Câmara de 30 metros de artista polonês Miroslaw Balka cria enorme espaço de escuridão


Exibição da câmara vai até o dia 5 de abril de 2010 no Tate Modern

Exibição da câmara vai até o dia 5 de abril de 2010 no Tate Modern


A instalação "How It Is", (Como É, em tradução-livre) foi aberta ao público nesta terça-feira no museu Tate Modern, em Londres. A enorme instalação ocupa o Turbine Hall, o espaço de exposições na entrada do museu.

Ao entrar na enorme câmara de metal, que tem 30 metros de comprimento por 10 metros de largura, os visitantes têm a impressão de estar entrando em um buraco negro. "É tudo e nada, de certa forma", diz o artista polonês Miroslaw Balka, criador da obra. "Quando decidi fazer a escultura eu realmente não sabia sobre o que ela seria."

Segundo ele, seu trabalho é também sobre a sensação de se familiarizar com uma situação que no início parece estranha, mas que depois se torna normal, menos assustadora.

Ao entrar na escultura, o visitante, que não enxerga quase nada, tem os outros sentidos aguçados, podendo prestar mais atenção no eco de seus passos ou na textura aveludada das paredes.

Os organizadores da exposição dizem que funcionários com lanternas irão patrulhar a escultura para ajudar visitantes que possam entrar em pânico por cauda da escuridão.

Esta é a décima instalação anual da série Tate Unilever. Nos anos anteriores, as exposições incluíram uma enorme fenda, criada por Doris Salcedo e também uma série de slides gigantes do artista belga Carsten Holler. A instalação "How It Is" ficará em cartaz na Tate Modern até o dia 5 de abril de 2010.

GUGGENHEIM ANUNCIA FINALISTAS PARA HUGO BOSS PRIZE 2010



A Solomon R. Guggenheim Foundation selecionou os seis finalistas para o seu Hugo Boss Prize 2010. O prêmio de 100 mil dólares, oferecido a cada dois anos pela marca alemã de roupa masculina, é indicado a artistas que tenham realizado trabalhos de importante contribuição para a arte contemporânea.

Ao contrário de muitos prêmios artísticos, este não tem restrições de idade ou nacionalidade, os finalistas são frequentemente uma mistura de figuras internacionais, o que se verifica também este ano. “O fato de haver artistas do Oriente Médio e Ásia reflete como continuamos a aprender cada vez sobre arte por todo o mundo”, disse Nancy Spector, curatora chefe da fundação e presidente do júri – composto por seis pessoas.

A lista deste ano é uma lista ecléctica que se inclina fortemente para artistas conceituais e performaticos. Não inclui nenhum pintor. Os finalistas são o artista chinês Cao Fei; o artista alemão Hans-Peter Feldmann; a artista conceptual estabelecida em Berlim Natascha Sadr Haghighian, ; Roman Ondak, artista eslovaco que representou o seu país na Bienal de Veneza de 2009; o artista libanês Walid Raad; e o cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul.

Desde a sua criação em 1996, o Hugo Boss Prize foi atribuído ao artista americano Matthew Barney (1996), ao artista escocês Douglas Gordon (1998), a artista eslovena Marjetica Potrc (2000), ao artista francês Pierre Huyghe (2002), ao artista tailandês Rirkrit Tiravanija (2004), a artista britânica Tacita Dean (2006), e a artista palestina Emily Jacir (2008).

Disponível em: www.artforum.com

Veja abaixo imagens de obras dos finalistas de 2010:


Obra do artista Cao Fei


Obra do artista Hans-Peter Feldmann


Obra da artista Natascha Sadr Haghighian


Obra do artista Roman Ondak


Detalhe de uma obra de Walid Raad & Atlas Group




Trailer do filme Síndrome do Século do cineasta Apichatpong Weerasethakul



Ai Weiwei: Artista chinês questiona "cultura da desculpa" em Munique

fonte: DW-World

Ai Weiwei é considerado o principal artista chinês da atualidade. Nesta semana, foi aberta em Munique sua esperada mostra "So Sorry", em que denuncia o vazio de significado dos pedidos de desculpa de governos e empresas.

Weiwei pintou vasos neolíticos com tinta industrial

Na última documenta, Ai Weiwei levou 1.001 chineses a Kassel através do projeto Conto de Fadas. Os chineses fizeram parte da exposição e suas vivências, parte da arte. Foi o maior projeto já realizado para a documenta de Kassel.
Em sua nova exposição So Sorry (sinto muito), aberta ao público nesta segunda-feira (12/10) em Munique, Weiwei faz alusão a milhares de pedidos de desculpas apresentados por governos e empresas a fim de expressar seu pesar por tragédias e erros cometidos, sem a preocupação de admiti-los ou repará-los, explica o blog que acompanha a exposição.

Pedidos de desculpas estão nas manchetes de todos os lugares, inclusive da China, comenta o blog. No entanto, a expressão "desculpa" passou a ter um sentido de "estou pouco me lixando", sinalizando que já é tarde demais para reparar um erro. Será preciso desenvolver uma nova "cultura da desculpa" para expressar nosso pesar, questionam os organizadores da mostra.
Três anos se passaram desde o surgimento da ideia até a realização da exposição. "Nós temos que deixar um comentário sobre as coisas ruins no nosso mundo, senão nos tornamos parte delas", afirmou Weiwei na última sexta-feira. So Sorry poderá ser visitada até 17 de janeiro próximo no museu Haus der Kunst em Munique.

Recontextualizando objetos

Instalações 'Soft Ground' e 'Rooted Upon' em Munique

Na produção de suas obras, Weiwei frequentemente se apropria de objetos – antiguidades chinesas, por exemplo, árvores ancestrais, raízes ou artefatos espirituais – para então modificá-los.
Também em So Sorry diversos trabalhos explicitam a ideia de Ai Weiwei de destruir ou modificar o uso de antiguidades preciosas, recolocando-as em um contexto totalmente novo. Weiwei imergiu simplesmente cinco vasos neolíticos, produzidos entre 3000 a.C. e 5000 a.C, em tinta industrial para dar-lhes um visual de linha de produção. da mesma forma, destruiu urnas da Dinastia Han (cerca de 200 a.C-200 d.C), jogando-as sobre o calçamento de pedra.

Piso suave

Mochilas lembram mortos em terremoto

Além de conhecidos trabalhos que empregam diversas mídias, a exposição em Munique traz duas novas obras que Weiwei realizou exclusivamente para a Haus der Kunst. O tapete Soft Ground (piso suave) cobre 380 metros quadrados do espaço de exposição.

O padrão do tapete de lã reproduz fielmente as 989 pedras do piso original, sobre o qual o tapete foi posicionado – incluindo os traços deixados por 70 anos de exposições. Cada pedra foi fotografa e sua posição, registrada. O tapete foi tecido a mão na província chinesa de Hebei.
Sobre o tapete, Weiwei posicionou sua gigante instalação de troncos de árvores Rooted upon (enraizados acima), que o artista realizou recentemente.

Dando nome às vítimas

Weiwei foi operado em Munique após ser agredido pela polícia na China

Em Remembering (lembrando), outra instalação produzida especialmente para a exposição em Munique, 9 mil mochilas escolares em cinco diferentes cores foram penduradas na fachada do prédio da exposição em memória às vítimas do terremoto que abalou a província chinesa de Sichuan em 2008.
Os caracteres chineses resultantes da distribuição das mochilas na superfície de 100 x 10 metros da fachada formam a frase com a qual a mãe de uma das vítimas relembrou sua filha: "Durante sete anos, ela viveu feliz nesse mundo".

Com a ajuda de uma equipe de voluntários e contra a resistência do governo chinês, Ai Weiwei pesquisou os nomes das vítimas, entre elas 5 mil crianças em idade escolar, e os publicou em seu blog, que já foi bloqueado diversas vezes.