sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Artistas da próxima Bienal de São Paulo também destacam violência

Não é a primeira vez que Steve McQueen usa a violência como ponto de partida para uma obra. Em seu filme "Hunger", premiado há dois anos em Cannes, dramatizou a greve de fome de Bobby Sands, ativista do IRA, o Exército Republicano Irlandês, que morreu em protesto contra o governo de Margaret Thatcher nos anos 80.

Sem muitas palavras e com cenas que evocam o expressionismo agudo de um Francis Bacon, causa desconforto. Põe a miséria humana, o corpo que definha, no centro da ação.
Ainda inédito no Brasil, o longa pode ser exibido na próxima Bienal de São Paulo, junto de uma obra que McQueen ainda está produzindo para esta edição da mostra paulistana, que começa em setembro.

Violência e guerra também aparecem na obra de outros artistas já confirmados na Bienal de 2010. Harum Farocki, videoartista alemão, está de olho nos traumas de guerra dos soldados norte-americanos em combate no Oriente Médio.
José Antonio Vega Macotela expõe o sofrimento atrás das grades de um presídio na Cidade do México, trocando favores do lado de fora da prisão por obras feitas pelos detentos trancados em suas celas.

Na dimensão econômica do conflito, a cineasta belga Chantal Akerman vai explorar as origens da crise imobiliária que descambou para o colapso financeiro a partir do retrato de uma comunidade norte-americana, a parte pelo todo, que tenta entender como um lado desperta a ira do outro.

Folha de S. Paulo