Exposição de Geraldo de Barros reúne 133 obras do fotógrafo no SESC Pinheiros
por Mario Gioia da Folha de S.Paulo
"A composição é para Geraldo um dever." A avaliação de Pietro Maria Bardi sobre a obra fotográfica de Geraldo de Barros, que apresentava sua primeira individual no Masp, em 1951, serve como guia para nova exposição sobre o artista, aberta hoje no Sesc Pinheiros.
"Geraldo de Barros - Modulação de Mundos" tem curadoria de João Bandeira, do Centro Universitário Maria Antonia, e de Fabiana de Barros, filha do artista, radicada em Genebra.
Mesmo não sendo uma retrospectiva, "Modulação de Mundos" sintetiza as diversas facetas de Barros (1923-1998), exibindo 133 obras --73 fotografias, 36 móveis e 24 "pinturas-objeto", feitas em fórmica.
Pintor ligado ao grupo Ruptura --protagonista de mostra no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1952, que marca o início da arte concreta no Brasil--, Barros também foi nome-chave na renovação da fotografia brasileira entre o final dos anos 40 e o começo da década seguinte.
Não menos importante é sua atividade como designer, responsável pela cooperativa Unilabor (de 1954 a 1964) e pela empresa Hobjeto (de 1964 a meados dos anos 80).
Modulações
"Conhecendo mais a obra do Geraldo e acompanhando essas diversas mostras, o que mais me chamou a atenção em sua obra é essa tendência para o modular", diz Bandeira, 48.
Assim, por exemplo, a série de fotografias "Fotoformas", feita de 1948 a 1952, utilizaria um conjunto fixo de formas que seriam trabalhadas em diversas combinações pelo artista para dar resultados diversos.
"A mesma imagem do telhado da estação da Luz rendeu diversas fotografias, com Geraldo experimentando diversos rearranjos", explica Bandeira.
Já no design, Barros utilizava um número pequeno de partes constitutivas de móveis (caixas retangulares, armações metálicas) para criar linhas variadas.
"Com isso, ele faz a transição do móvel moderno feito em escala artesanal para um padrão industrial. Esse pensamento modular foi decisivo no sucesso da Unilabor e da Hobjeto", avalia o curador.
Já nas pinturas feitas em fórmica nos anos 80, Barros utiliza cores básicas em formas geométricas que facilitam sua reprodução. E a fórmica permite que a pintura ganhe uma identidade mais "industrializada".
"Ele antecipa essa ideia quando confecciona um panfleto na Bienal de São Paulo, em 1979, dando instruções ao público de como fazer cinco protótipos de seus quadros", conta ele. O folheto, assim como diversos documentos de época, também serão expostos.
GERALDO DE BARROS - MODULAÇÃO DE MUNDOS
Quando: abertura hoje, às 20h; de ter. a sex., das 10h30 às 21h30, e sáb., dom. e feriados, das 10h30 às 18h30; até 28/6
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 3095-9400); livre
por Mario Gioia da Folha de S.Paulo
"A composição é para Geraldo um dever." A avaliação de Pietro Maria Bardi sobre a obra fotográfica de Geraldo de Barros, que apresentava sua primeira individual no Masp, em 1951, serve como guia para nova exposição sobre o artista, aberta hoje no Sesc Pinheiros.
"Geraldo de Barros - Modulação de Mundos" tem curadoria de João Bandeira, do Centro Universitário Maria Antonia, e de Fabiana de Barros, filha do artista, radicada em Genebra.
Mesmo não sendo uma retrospectiva, "Modulação de Mundos" sintetiza as diversas facetas de Barros (1923-1998), exibindo 133 obras --73 fotografias, 36 móveis e 24 "pinturas-objeto", feitas em fórmica.
Pintor ligado ao grupo Ruptura --protagonista de mostra no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1952, que marca o início da arte concreta no Brasil--, Barros também foi nome-chave na renovação da fotografia brasileira entre o final dos anos 40 e o começo da década seguinte.
Não menos importante é sua atividade como designer, responsável pela cooperativa Unilabor (de 1954 a 1964) e pela empresa Hobjeto (de 1964 a meados dos anos 80).
Modulações
"Conhecendo mais a obra do Geraldo e acompanhando essas diversas mostras, o que mais me chamou a atenção em sua obra é essa tendência para o modular", diz Bandeira, 48.
Assim, por exemplo, a série de fotografias "Fotoformas", feita de 1948 a 1952, utilizaria um conjunto fixo de formas que seriam trabalhadas em diversas combinações pelo artista para dar resultados diversos.
"A mesma imagem do telhado da estação da Luz rendeu diversas fotografias, com Geraldo experimentando diversos rearranjos", explica Bandeira.
Já no design, Barros utilizava um número pequeno de partes constitutivas de móveis (caixas retangulares, armações metálicas) para criar linhas variadas.
"Com isso, ele faz a transição do móvel moderno feito em escala artesanal para um padrão industrial. Esse pensamento modular foi decisivo no sucesso da Unilabor e da Hobjeto", avalia o curador.
Já nas pinturas feitas em fórmica nos anos 80, Barros utiliza cores básicas em formas geométricas que facilitam sua reprodução. E a fórmica permite que a pintura ganhe uma identidade mais "industrializada".
"Ele antecipa essa ideia quando confecciona um panfleto na Bienal de São Paulo, em 1979, dando instruções ao público de como fazer cinco protótipos de seus quadros", conta ele. O folheto, assim como diversos documentos de época, também serão expostos.
GERALDO DE BARROS - MODULAÇÃO DE MUNDOS
Quando: abertura hoje, às 20h; de ter. a sex., das 10h30 às 21h30, e sáb., dom. e feriados, das 10h30 às 18h30; até 28/6
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 3095-9400); livre
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