Exposição em Nova York enfoca migração e exílio
da Efe, em Nova York
O carioca Maurício Dias e o suíço Walter Riedweg exibem a partir de hoje "...and It Becomes Something Else", um conjunto de obras que explora temas de imigração, exílio e deslocamento, e que poderá ser visto na Americas Society, em Nova York, até o dia 1º de agosto.
Uma das peças mais relevantes da exposição é "Raimundos, Severinos e Franciscos", que fala da imigração interna no Brasil.
Reprodução
"Raimundos, Severinos e Franciscos" (1998), de Mauricio Dias e Walter Riedweg, é um dos destaques da exposição em Nova York
A obra mostra um grupo de porteiros de São Paulo, todos eles chamados Raimundo, Severino ou Francisco, nomes típicos do Nordeste brasileiro, que migraram para trabalhar na construção civil. Muitos destes homens se tornaram zeladores dos edifícios que ajudaram a construir.
"As pessoas que vivem nesses lugares não sabem seus nomes, então nós queríamos reinscrevê-los nesse sistema", declarou Dias.
Outra das peças centrais da exposição é uma instalação sobre o trabalho dos policiais da fronteira entre San Diego (Estados Unidos) e Tijuana (México), que examina o contraste entre a atitude repressiva dos policiais com imigrantes e a afetividade que aqueles têm com os cachorros que os acompanham em sua tarefa.
Na sala em que a peça é exibida, há uma tela que projeta entrevistas com os policiais da fronteira, rodeada por duas paredes repletas de imagens de seus cães e que estão decoradas pelos próprios agentes com estrelas e os nomes dos animais, "humanizando-os e heroicizando-os", nas palavras de Dias.
Para estes artistas, o tema da imigração também contém estereótipos e preconceitos que se originam no mundo ocidental. "Isto faz que alguém possa se transformar em um mero imigrante e não em uma pessoa", diz Dias.
Oriundos de diferentes campos das artes, Dias e Riedweg trabalham juntos há 16 anos e estão radicados no Rio de Janeiro.
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