terça-feira, 9 de junho de 2009

Brasileiro Cildo Meireles leva instalação "penetrável" a Veneza

Marcos Augusto Gonçalves da Folha de S.Paulo

A instalação que o artista brasileiro Cildo Meireles mostra na Bienal de Veneza é uma espécie de "penetrável", conceito desenvolvido pelo também carioca Hélio Oiticica (1937-1980) para seus ambientes --obras nas quais o espectador é convidado a entrar.

No caso, trata-se de uma sequência em linha reta de seis salas interligadas, pintadas com cores impactantes, que o visitante pode atravessar numa direção ou noutra.

Em cada uma das salas, o artista, que não esteve presente na abertura do evento, afixou uma tela de TV reproduzindo uma a uma as cores escolhidas: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta.

A instalação não faz parte do pavilhão brasileiro --é uma escolha da curadoria geral da Bienal, assim como os trabalhos de Lygia Pape (1927-2004), Renata Lucas e Sara Ramo, todos exibidos no Arsenale, um grande pavilhão que foi em outros tempos um arsenal militar.

Ramo, artista brasileira de origem espanhola, tem duas obras no local. No interior do pavilhão, ela exibe um vídeo (que foi mostrado na galeria Fortes Vilaça, em São Paulo, no ano passado) intitulado "Quase Cheio, Quase Vazio".

Do lado de fora do prédio, criou uma casa-instalação inspirada na célebre história infantil de João e Maria. A artista, que vive e trabalha em Belo Horizonte, considera que esse é o "mais narrativo" de seus trabalhos. "A ideia", diz Ramo, "é que as pessoas entrem fisicamente na historia deles".

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