quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Algodão entre os pincéis

Artistas, galeristas e organizadores de eventos como a Bienal entraram em alerta máximo depois que o Brasil, autorizado pela OMC (Organização Mundial do Comércio), decidiu retaliar os EUA por causa do subsídio que os americanos dão aos produtores de algodão. É que, na lista de produtos importados dos EUA que vão ser sobretaxados pelo governo brasileiro, foram incluídos "quadros, pinturas e desenhos". Galeristas dizem que a medida vai "inviabilizar" o trânsito de obras de arte entre os dois países. O Ministério da Cultura já foi acionado para ajudar a detonar a lista junto ao Itamaraty.

EM CASA
"Essa medida vai penalizar galerias e artistas e não vai afetar a economia dos EUA", diz Afonso Luz, do MinC. Ele afirma que vários pintores brasileiros fazem quadros nos EUA e vendem aqui. Dá como exemplo Vik Muniz. E afirma que galerias nacionais que representam americanos vão sofrer. "O impacto será sobre brasileiros, e não sobre americanos."

IMPOSSÍVEL
Alessandra d'Aloia, da galeria Fortes Vilaça e presidente da Associação Brasileira de Arte Contemporânea, é mais radical e diz que a retaliação inviabiliza o comércio de arte entre os dois países. "Todas as vezes que levamos um artista brasileiro para os EUA, a galeria de lá pede que a gente traga alguém deles para o Brasil." Segundo ela, taxas mais fretes atuais já equivalem a cerca de 60%. "Qualquer aumento torna a importação impossível." Protestos já foram enviados ao Itamaraty.

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