Após desistência de Matarazzo, Bienal continua em busca de presidente
por Fabio Cypriano da Folha de S.Paulo
Um vácuo de poder assombra a Fundação Bienal. Por pouco a representação brasileira não vai a Veneza, o que deve acontecer graças a galeristas e ao Ministério da Cultura.
Em parte, tudo isso está ocorrendo pelo fato de não se descobrir pessoas dispostas a assumir o cargo de presidente da instituição. O último ato desse roteiro foi a desistência do secretário municipal Andrea Matarazzo (Coordenação das Subprefeituras).
Bruno Miranda/Folha Imagem
Já o atual presidente, Manoel Francisco Pires da Costa, diz que está limitado em suas funções: "Eu não consegui dinheiro, pois a Bienal de Veneza não era minha obrigação, mas do próximo presidente." Mas foi o próprio Pires da Costa que indicou o curador do pavilhão, Ivo Mesquita. "Fiz isso pedindo anuência ao embaixador Rubens Barbosa, meu amigo, que no final do ano passado era o candidato a ser meu sucessor", diz o presidente.
Esse vazio de poder incomoda ao presidente do Conselho da Fundação, Miguel Pereira, que convocou uma reunião para o próximo dia 5.
"Esse presidente [Pires da Costa] é não desejado, é preciso que o conselho assuma responsabilidades, pois eu não posso decidir sozinho", diz Pereira.
Por enquanto, o nome que mais circula entre os conselheiros é o do empresário e colecionador Heitor Martins, casado com Fernanda Feitosa, diretora da feira SP Arte.
A empresa de auditoria que analisa as contas do mandato de Pires da Costa - assim que elas forem aprovadas ele deixa de ser presidente - também está em fase final de seu trabalho e, segundo a Folha apurou, o déficit da instituição é de R$ 2,9 milhões, abaixo dos R$ 4 mi divulgados por Matarazzo.
Pires da Costa relativiza esses valores: "O déficil real da Fundação Bienal está em cerca de R$ 600 mil, o restante são regras contábeis que devem ser descontadas, como por exemplo cerca de R$ 900 mil de imobilizados, que não são dívidas."
O presidente ainda afirma que a há pelo menos R$ 200 mil a receber da participação de países estrangeiros na última edição da Bienal.
"O que temos é um grave problema de fluxo de caixa, mas isso é algo constante aqui", diz ele.
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