quinta-feira, 30 de abril de 2009

Bienal de São Paulo sem Presidente



Após desistência de Matarazzo, Bienal continua em busca de presidente

por Fabio Cypriano da Folha de S.Paulo

Um vácuo de poder assombra a Fundação Bienal. Por pouco a representação brasileira não vai a Veneza, o que deve acontecer graças a galeristas e ao Ministério da Cultura.
Em parte, tudo isso está ocorrendo pelo fato de não se descobrir pessoas dispostas a assumir o cargo de presidente da instituição. O último ato desse roteiro foi a desistência do secretário municipal Andrea Matarazzo (Coordenação das Subprefeituras).

Bruno Miranda/Folha Imagem
Secretário Andrea Matarazzo desistiu da Fundação Bienal

Já o atual presidente, Manoel Francisco Pires da Costa, diz que está limitado em suas funções: "Eu não consegui dinheiro, pois a Bienal de Veneza não era minha obrigação, mas do próximo presidente." Mas foi o próprio Pires da Costa que indicou o curador do pavilhão, Ivo Mesquita. "Fiz isso pedindo anuência ao embaixador Rubens Barbosa, meu amigo, que no final do ano passado era o candidato a ser meu sucessor", diz o presidente.
Esse vazio de poder incomoda ao presidente do Conselho da Fundação, Miguel Pereira, que convocou uma reunião para o próximo dia 5.
"Esse presidente [Pires da Costa] é não desejado, é preciso que o conselho assuma responsabilidades, pois eu não posso decidir sozinho", diz Pereira.
Por enquanto, o nome que mais circula entre os conselheiros é o do empresário e colecionador Heitor Martins, casado com Fernanda Feitosa, diretora da feira SP Arte.
A empresa de auditoria que analisa as contas do mandato de Pires da Costa - assim que elas forem aprovadas ele deixa de ser presidente - também está em fase final de seu trabalho e, segundo a Folha apurou, o déficit da instituição é de R$ 2,9 milhões, abaixo dos R$ 4 mi divulgados por Matarazzo.
Pires da Costa relativiza esses valores: "O déficil real da Fundação Bienal está em cerca de R$ 600 mil, o restante são regras contábeis que devem ser descontadas, como por exemplo cerca de R$ 900 mil de imobilizados, que não são dívidas."
O presidente ainda afirma que a há pelo menos R$ 200 mil a receber da participação de países estrangeiros na última edição da Bienal.
"O que temos é um grave problema de fluxo de caixa, mas isso é algo constante aqui", diz ele.



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