quinta-feira, 30 de abril de 2009

Volpi no Rio


Exposição no Instituto Moreira Salles reúne telas raras de Alfredo Volpi

O Rio já viu muitas exposições de Alfredo Volpi, mas a curadora Vanda Klabin conseguiu, numa pesquisa em coleções particulares, encontrar obras raramente ou nunca antes expostas. Na mostra "Volpi: dimensões da cor", aberta ao público no Instituto Moreira Salles (IMS), Vanda olha para o Volpi do fim dos anos 1950 e do início dos 60, momento em que o pintor abandona as paisagens e marinhas e começa a delinear os elementos que marcariam toda a sua produção artística posterior.


- É um período muito significativo e fecundo na obra do Volpi, em que ele introduz elementos puramente abstratos, com os quais sedimenta seu afastamento do naturalismo - afirma Vanda.
Em seu caminho para a geometria, Volpi, sem nunca se filiar a movimentos artísticos, recebeu influência de concretos e neoconcretos. Uma série de obras na exposição representa essa aproximação, causando um estranhamento em relação ao que mais se conhece de Volpi. Numa montagem sem divisórias, em que todas as obras são vistas em conjunto, o visitante pode atentar para as relações entre essas telas e outras mais diretamente identificadas com Volpi, como a geometria das suas famosas bandeiras, que começaram a aparecer em meados da década de 1950 - e que nada mais são, como mostra Vanda, elementos geométricos, cada qual um "quadrado do qual se retira um triângulo".
Têmpera revela o movimento dos pincéis


Exposição de Alfredo Volpi, no Instituto Moreira Salles - Mônica Imbuzeiro Apesar da ligação com a arte construtiva, em grande parte feita através dos amigos Willys de Castro e Theon Spanudis (signatário do Manifesto Neoconcreto, em 1959), Volpi manteve a "antimoderna" técnica da têmpera, que substituíra sua pintura a óleo em 1944. Nascido na Itália, Volpi nunca se naturalizou brasileiro, apesar de ter vindo aos 2 anos, com os pais imigrantes, para São Paulo, e só ter voltado uma vez à Europa, em 1950. Depois dessa viagem, inspirado pela tradição da pintura italiana, Volpi não abandonou mais a têmpera. Deixando a tinta rarefeita, a técnica revela ao espectador o movimento do artista.
Depois do flerte com o concretismo, Volpi se afastou completamente do movimento e começou a explorar os signos que se repetem em sua obra posterior. Bandeiras, fachadas e elementos náuticos se alternam como elementos geométricos que se repetem, em diferentes combinações. Na mostra, Vanda põe lado a lado obras com composições semelhantes, em que o artista varia apenas as cores.

INFORMAÇÕES

Local: Instituto Moreira Salles (INFORMAÇÕES)
Preço(s): Grátis.
Data(s): Até 5 de julho de 2009.
Horário(s): Terça a sexta, 13h às 20h; sábado, domingo e feriados, 11h às 20h.

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