terça-feira, 30 de junho de 2009

Família de Hélio Oiticica não cobra por imagens


Silas Marti da Folha de S.Paulo

Na contramão de famílias que cobram para liberar imagens de obras, os Oiticica têm uma política mais liberal. Cobram pelo empréstimo das obras de Hélio Oiticica, morto em 1980, mas liberam sem encargos imagens e documentos de seus trabalhos.

"Não vou cobrar dinheiro para exibir imagens do Hélio, mesmo porque você enterra o artista quando faz isso", diz César Oiticica, irmão de Hélio. Ele e Cláudio, outro irmão do artista, fundaram em 1981 o Projeto Hélio Oiticica, que cuida de seu espólio.

"Esse projeto se financia emprestando obras do Hélio", diz César Oiticica. De caráter mais conceitual, quase todas as obras do artista, cerca de 95%, não foram vendidas e ficaram nas mãos de seus parentes.

Feeling para cobrar

Oiticica diz, no entanto, que é preciso saber cobrar o valor adequado para o empréstimo das obras. "A gente sabe que existe um valor de mercado", diz. "A exposição é ótima para o museu, para o curador, mas é um valor que precisa ter o feeling para cobrar. Se você cobrar muito caro, ninguém compra."

Oiticica critica quem cobra pela divulgação de imagens. "Não é uma boa política, porque a gente sabe que isso é muito ruim para a obra do artista", diz. "A maior sacanagem que você pode fazer com um artista é dar um jeito de não expor a obra dele."

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