É internacional, mas os latinos são a prioridade
Camila Molina
Desde seu início, em 1997, a Bienal do Mercosul, sempre em Porto Alegre, nasceu tendo como objetivo ser uma vitrine da arte latino-americana. "Ela é cada vez mais internacional, quer ser ainda melhor, mas quem quiser ver arte latino-americana, vai ver aqui", diz Mauro Knijnik, pres didente da Fundação Bienalo Mercosul. A última edição do evento, em 2007, com curadoria do espanhol Gabriel Pérez-Barreiro, foi um marco no caráter de internacionalização da mostra, com uma expansão de participação de artistas de outras partes do mundo, inclusive, estrelas como o sul-africano William Kentridge Kentridge e o inglês Steve McQueen.
A Bienal de Porto Alegre, apesar de estar se tornando cada vez mais global, conserva o Mercosul em seu nome. "Porque os parceiros mais destacados e a maioria das obras são dos países do Mercosul", diz Knijnik. Segundo o presidente, entretanto, os recursos para a realização da Bienal foram sempre brasileiros, por meio da Lei Rouanet e da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul - a deste ano, orçada em R$ 7,5 milhões, já captados.
Em suas primeiras cinco edições, a Bienal do Mercosul se prendia até mesmo a ter curadores convidados dos países vizinhos para reforçar a parceria. "A 6ª contratou um europeu e para a 7ª fizemos uma seleção internacional", diz Knijnik - e então foi selecionado o projeto argentino-chileno de Victoria Noorthorn e Camilo Yáñez. "Para nossa surpresa, países que não poderíamos imaginar, distanciados de nós, mandaram propostas, como Escócia ou Irlanda", afirma ainda o presidente da Fundação Bienal do Mercosul. "É uma proposta inovadora, internacional." Liliana Magalhães, do Santander Cultural, diz que no sul "somos Mercosul". "Não precisamos formalizar porque somos irmãos aqui embaixo", afirma ela, completando que sobressaem parcerias com Argentina e Uruguai.
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