Movimento ainda se confunde com vandalismo
Folha de S. Paulo
Enquanto a produção de artistas que se alternam entre rua, galerias e museus conquistou o circuito cultural, um outro movimento urbano, virulento e transgressor, segue seu percurso à margem e é habitué das páginas policiais.
Acusada de vandalismo -rubrica que um dia assombrou o próprio grafite-, a pichação, também chamada de "pixo", é um fenômeno típico de São Paulo que busca reconhecimento como manifestação artística por meio de ações orquestradas e controversas.
Depois de rabiscar o Centro Universitário Belas Artes, a galeria Choque Cultural e as paredes da Bienal de São Paulo, o mesmo grupo de pichadores promete uma espécie de represália aos grafites "domesticados". "Tem gente ganhando cachê pra fazer trabalho em espaço público. Pode fazer, mas vai estar sujeito a ser "atropelado'", avisa Djan Ivson, 25, pichador que participou das ações.
"Atropelar", na gíria das ruas, quer dizer, simplesmente, pichar por cima. "A rua é de quem chegar. Não tem essa. Já questionamos o meio acadêmico e o circuito das artes. Essa onda do grafite legalizado é uma revolta antiga dos pichadores", diz. "Pra onde foi a transgressão?"
Ivson espalha pela cidade a sua marca, Cripta, e teve seus "pixos" expostos na Fundação Cartier, em Paris, na mostra "Nascido nas Ruas", em julho. "Em Paris, foi a primeira vez que fui tratado como artista."
Incompreendida? Maldita? O "pixo" desperta mais fúria que complacência. Para Miguel Chaia, crítico e cientista social, a pichação é, acima de tudo, uma expressão significativa. "É uma forma bonita que cria um enigma com as letras e recompõe a necessidade de interpretação", define. (FM)
Enquanto a produção de artistas que se alternam entre rua, galerias e museus conquistou o circuito cultural, um outro movimento urbano, virulento e transgressor, segue seu percurso à margem e é habitué das páginas policiais.
Acusada de vandalismo -rubrica que um dia assombrou o próprio grafite-, a pichação, também chamada de "pixo", é um fenômeno típico de São Paulo que busca reconhecimento como manifestação artística por meio de ações orquestradas e controversas.
Depois de rabiscar o Centro Universitário Belas Artes, a galeria Choque Cultural e as paredes da Bienal de São Paulo, o mesmo grupo de pichadores promete uma espécie de represália aos grafites "domesticados". "Tem gente ganhando cachê pra fazer trabalho em espaço público. Pode fazer, mas vai estar sujeito a ser "atropelado'", avisa Djan Ivson, 25, pichador que participou das ações.
"Atropelar", na gíria das ruas, quer dizer, simplesmente, pichar por cima. "A rua é de quem chegar. Não tem essa. Já questionamos o meio acadêmico e o circuito das artes. Essa onda do grafite legalizado é uma revolta antiga dos pichadores", diz. "Pra onde foi a transgressão?"
Ivson espalha pela cidade a sua marca, Cripta, e teve seus "pixos" expostos na Fundação Cartier, em Paris, na mostra "Nascido nas Ruas", em julho. "Em Paris, foi a primeira vez que fui tratado como artista."
Incompreendida? Maldita? O "pixo" desperta mais fúria que complacência. Para Miguel Chaia, crítico e cientista social, a pichação é, acima de tudo, uma expressão significativa. "É uma forma bonita que cria um enigma com as letras e recompõe a necessidade de interpretação", define. (FM)
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